Clarice Lispector TV Cultura [videorecording]=

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Cataloguer's Note:
The last interview with Clarice Lispector on the show Panorama, from Brazil's TV Cultura, recorded in 1977, a few months before her death. Presented by Gastão Moreira.

From the case cover:
Ùltima entrevista cedida por Clarice Lispector, programa Panorama, da TV Cultura, gravado em 1977, poucos meses antes do sua morte. Apresentaçao de Gastao Moreira. Audio em português. Distribuiçao Artesanato Digital. A geléia vivo Este sonho foi de uma assombraçâo triste. Ha via uma geléia que estava vivo. Quais eram os sentimentos da geléia? O si/êncio. Vivo e silenciosa, a geléia arrastava-se tom dificuldade pela mess, descende, subindo, vagarosa, sem se derramar. Quem pegava nela? Ninguém tinha coragem. Quando olhei-a, nela vi espelhado meu préprio rasta mexendo-se lento na sua vida. Minho deformaçdo essencial. Deformoda sem me derramar. Também eu apenas vivo. Lançado no horror, quis fugir da geléia, fui ao terraço, pronta a me lançar daquele meu dltimo ander da Rua Marqués Abrantes. Era noite fechada, e isso eu via do terraço, e eu estava perdida de medo que o fin se aproximava, tudo que é forte demais parece esta per ta de um fim. Mas ante de miter, eu resolvi pinter os ldbios. Pareceu-me que o batom esta vo curiosamente mole. Percebi entdo: o batom era também de geléia vivo. E ali estava eu no terraço com o boca dmida da toisa vivo. Quando jci estava com as pernas para fora do balcffo, e pronta para me deixar cuir, foi que vi os olhos do escuro. Aida "olhos no escuro". Mas os olhos do escuro. O escuro me espiava com dois olhos grandes, separados. A escuridifo, pois, também era vivo. Aonde encontraria eu a morte? A morte era o geléia vivo. Vivo tudo estava. Tudo é vivo, primdrio, lento, interessado, tudo é primariamente 'Morfal. Com uma dificuldade quase insupertivel, consegui acordar-me e mim mesma, coma se eu me puxasse pelos cabelos para soir do atolado vivo. Abri os olhos. O quarto estava escuro, mas era um escuro reconhecivel, ndo o profundo escuro do quoi eu me arrancara. Senti-me mais tranqüila. Tudo fora um sonho. Mas percebi que um dos meus braços estava para fora do lençol. Com um sobressa/to, recolhi-o: nada meu deveria ester exposto, se é que eu ainda queria me salvar. Eu queria me salvar? Acho que sim: pois acendi a luz. E vi o quarto de contornos firmes. Novi-amas endurecido o geléia vivo em parede, how-amas endurecido a geléia vivo em teto; how-amas matado tudo que se podia mater, tentando restaurer o paz da morte em terne de nés, fugindo ao que era pior que a morte: a vida purs, a geléia vivo. Fechei a luz. De repente um gala cantou. Num edifkio de apartamentos, um gala? Um gala rouco. No edifkio caiodo de branco, um gala vivo. Por fora a casa limpa, e par dentro o grito? Assim falava o Livra. Por fora a morte conseguida, limpa, definitiva - mas por dentro o geléia vivo. Disso eu soube, no primario do noite.

Translated Case Cover (Google Translate):
Last interview provided by Clarice Lispector, Panorama program, from TV Cultura, recorded in 1977, a few months before his death. Presentation of Gastao Moreira. Audio in Portuguese. Distribution Digital Crafts. The living jelly This dream was a sad haunting. Ha saw a jelly that was alive. What were the feelings of jelly? The self. Alive and silent, the jelly dragged its way through the mess, down, up, slowly, without spilling. Who took it? No one had the courage. When I looked at it, I saw in it my own rasta mirrored slowly in his life. Minho essential deformation. Deform it without spilling me. Also I just live. Launched in horror, I wanted to get away from the jelly, I went to the terrace, ready to launch myself from my last ander from Rua Marques Abrantes. It was a closed night, and I could see that from the terrace, and I was lost in fear that the end was approaching, everything that is too strong seems this to be an end. But before miter, I decided to paint the books. It seemed to me that the lipstick is curiously soft. I noticed: the lipstick was also jelly alive. And there I was on the terrace with the damp mouth of the living toisa. When I was standing with my legs out of the balcony, and ready to let me take care of it, I saw the eyes of the dark. Aida "eyes in the dark". But the eyes of the dark. The dark peered at me with two large, separated eyes. Darkness, then, was also alive. Where would I find death? Death was living jelly. Live everything was. Everything is alive, primordial, slow, interested, everything is primarily 'Morfal. With an almost insuperable difficulty, I managed to wake myself and myself, eat if I pulled myself through the hair to be the living jammed. I opened my eyes. The room was dark, but it was a recognizable dark in the dark depths of what I had torn. I felt calmer. It had all been a dream. But I realized that one of my arms was out of the sheet. With an understatement, I picked it up: nothing should have been exposed to me, if I still wanted to save myself. Did I want to save myself? I think so: because I turned on the light. And I saw the room with firm contours. Novi-amas hardened the jelly alive on the wall, how-amas hardened the jelly alive on the ceiling; how-you killed everything that could be mater, trying to restore the peace of death in terne de nés, fleeing to what was worse than death: life purs, living jelly. I closed the light. Suddenly a gala sang. In an apartment building, a gala? A hoarse gala. In the building caiodo in white, a live gala. Outside the house clean, and even the scream inside? That's what Livra was talking about. On the outside the death achieved, clean, definitive - but inside the living jelly. I knew this in the middle of the night.

DVD video; Dolby Digital 2.0; stereo; NTSC; Region 4; 16:9 widescreen.

Portuguese audio.